quinta-feira, 14 de abril de 2016

Lição 3: Justificação, somente pela fé em Jesus Cristo

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INTERAGINDO COM O PROFESSOR



Professor, a lição de hoje trata a respeito de uma das doutrinas mais importantes apresentadas por Paulo na Epístola de Romanos — a justificação pela fé. Ressalte, no decorrer de toda a lição, que ninguém pode ser justificado diante de Deus pela Lei ou pelas obras da carne. O caminho da justificação é somente pela fé na obra expiatória de Jesus Cristo. Paulo mostra que Cristo é o único caminho para que judeus e gentios sejam absolvidos da penalidade do pecado. O apóstolo, de maneira sábia, utiliza o exemplo do patriarca Abraão para desfazer a ideia errada que os judeus tinham de que a aceitação de Deus era obtida mediante as obras da Lei.

Glória a Deus, pois na Nova Aliança, tudo que recebemos da parte do Senhor, inclusive a salvação, é decorrente única e exclusivamente da graça de Deus.


INTRODUÇÃO



Na lição de hoje, estudaremos a doutrina bíblica da justificação pela fé, conforme a Carta aos Romanos nos capítulos 3.1- 4.25. Esses textos contêm uma das mais contundentes defesas de Paulo em favor da justificação pela fé, independente das obras. Para uma melhor compreensão deste tema tão relevante, a argumentação do apóstolo será dividida em três partes: a justificação manifestada, a justificação contestada e a justificação exemplificada. A chamada de Abraão, o grande patriarca de Israel, será a base da argumentação de Paulo para provar a doutrina da justificação somente pela fé. O argumento de Paulo é que todas as bênçãos de Deus e todas as suas promessas são frutos da sua graça para conosco.






PONTO CENTRAL




A justificação diante de Deus é somente pela fé.





I. A JUSTIFICAÇÃO MANIFESTADA (Rm 3.21-26)



1. Um culpado que é inocentado. Em Romanos 3.21, lemos: “Mas, agora, se manifestou, sem a lei, a justiça de Deus, tendo o testemunho da Lei e dos Profetas”. Paulo nos mostra como Deus se revelou para alcançar os gentios e judeus. Os gentios estavam debaixo da ira de Deus, porque falharam em conhecê-lo. Os judeus também estavam debaixo da ira divina, por não conseguirem guardar a Palavra do Senhor. O vocábulo manifestou, no grego, vem de uma raiz cujo significado é tornar manifesto ou visível ou conhecido o que estava escondido ou era desconhecido. Deus, na pessoa de Jesus Cristo, tornou conhecido o seu grande amor para com os pecadores. Encontramos Paulo recorrendo a uma figura extraída do mundo jurídico para esclarecer o seu pensamento. O termo justiça traduz a palavra grega dikaiosyne, muito comum no contexto de um tribunal. A imagem é de alguém que é inocentado por um juiz, mesmo sendo culpado pelos seus atos. Concluímos então que, mesmo culpados, Deus quis nos justificar e perdoar.

2. Um prisioneiro que é libertado. Em Romanos 3.24, Paulo usa o verbo grego apolytroseo para se referir à redenção efetuada por Jesus Cristo. Essa palavra, conforme definem os léxicos da língua grega, tem o sentido de redenção, resgate ou libertação. No contexto neotestamentário tem o sentido de libertar mediante o preço de um resgate. No mundo antigo um escravo podia ser resgatado mediante o pagamento de um preço. É exatamente isso que Deus fez. Enviou Jesus Cristo para resgatar o homem que estava preso em seus delitos e pecados (Ef 2.1,2). Tanto judeus como gentios deveriam se conscientizar dessa realidade. Ninguém pode se autolibertar.

3. Um inocente que é culpado. Se o sistema judicial foi útil para elucidar o pensamento do apóstolo, da mesma forma a figura extraída do sistema de sacrifícios levítico também o auxiliou. Isso pode ser visto no texto: “Ao qual Deus propôs para propiciação pela fé no seu sangue, para demonstrar a sua justiça pela remissão dos pecados dantes cometidos, sob a paciência de Deus” (Rm 3.25). A palavra propiciação (gr. hülasterion), que está relacionada ao termo propiciatório é uma terminologia muito utilizada no Antigo Testamento para se referir aos sacrifícios pelo pecado. No sistema levítico, quando alguém pecava tornava-se culpado de algo, e um animal inocente era sacrificado para que a culpa fosse expiada. Paulo mostra que tanto os gentios como os judeus não podem chegar a Deus pelos seus esforços ou obras, mas única e exclusivamente pelo sangue de Jesus: o inocente Cordeiro de Deus que foi sacrificado por nós.




SÍNTESE DO TÓPICO (I)



Paulo nos mostra como Deus manifestou a sua justificação para alcançar os gentios e judeus.




SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO



“A Doutrina da Justificação

A estudarmos a Doutrina do Pecado descobrimos que ninguém pode ser justificado pela justiça humana. Entretanto, é na doutrina da justificação, no texto de 3.1 a 5.21, que o pecador encontra o caminho da justificação, através da obra expiatória de Cristo. No primeiro estado, o pecador está perdido e sem possibilidade alguma de se justificar diante de Deus. No segundo estado, o pecador encontra Cristo que o justifica.

É a partir do capítulo 3.21 que o pecador, judeu ou gentio, encontra um novo caminho através dos méritos de Cristo Jesus. É aqui que ele pode ser perdoado e declarado livre da pena do seu pecado, perante Deus.

Justificação significa absolvição da culpa, cuja pena foi satisfeita. Significa ser declarado livre de toda culpa tendo cumprido todos os requisitos da lei.

Justificação é um termo forense que denota um ato judicial da administração da lei. Esse ato judicial legaliza a situação do transgressor perante a lei e o torna justo, isto é, livre de toda a condenação. Cristo assumiu a pena do pecador e foi sentenciado no lugar do pecador. Ele sofreu a pena contra o pecador. Cumprida a pena, o veredicto final da justiça divina é a justificação do pecador. Entende-se então que ser justificado não significa que a justiça tenha sido adiada, ou que ela não tenha sido cumprida” (CABRAL, Elienai. Romanos: O Evangelho da Justiça de Deus. 5ª Edição. RJ: CPAD, 2005, p.52).



II. A JUSTIFICAÇÃO CONTESTADA (Rm 3.27-31)



1. A justificação se opõe à salvação meritória. Paulo desejava que o seu ensino não fosse mal interpretado, então recorrendo ao método da diatribe, se adiantando em responder as contestações que seus interlocutores poderiam fazer-lhe. “Onde está, logo, a jactância? É excluída. Por qual lei? Das obras? Não! Mas pela lei da fé” (Rm 3.27). A lei dizia faça e o judeu devoto estava convicto de que Deus o justificaria pelo que fazia. No entanto, a graça que Paulo ensinava dizia não faça, mas aceite o que Jesus já fez. O que seria feito então do orgulho judaico que se vangloriava em ser o povo eleito de Deus e das boas obras que praticavam? Não levaria Deus isso em conta nessa nova doutrina de Paulo? Nas palavras do apóstolo, não! É bem fácil imaginar que para um judeu devoto, guardador da lei e praticante de boas obras, que o ensino da justificação “pela fé somente” era bem difícil de digerir. Não é fácil abrirmos mão do nosso orgulho e deixarmos de nos vangloriarmos pelos nossos feitos. Todavia, a doutrina da justificação pela fé diz que não há mérito humano quando a graça de Deus se manifesta. A conclusão de Paulo é que “o homem é justificado pela fé, sem as obras da lei” (Rm 3.28).

2. A justificação se opõe ao orgulho nacionalista. A segunda indagação que Paulo procura responder é a seguinte: “É, porventura, Deus somente dos judeus? E não o é também dos gentios? Também dos gentios, certamente” (Rm 3.29). Esse é outro ponto que contrastava com a crença do judaísmo do primeiro século — o exclusivismo. A doutrina da justificação pela fé revela que Deus não é somente dos judeus, que se achavam privilegiados pelo legalismo em relação à Torá, mas dos gentios também. Deus não é uma divindade nacionalista, mas Ele é o Deus de toda a Terra. Não há dúvidas de que Paulo tinha em mente o shema judaico quando argumentou sobre esse assunto: “Ouve, Israel, o SENHOR, nosso Deus, é o único SENHOR” (Dt 6.4). Se Deus é o único Deus, como de fato afirma o monoteísmo judaico, então Ele é o Deus dos gentios também. Não podemos cair no erro de achar que Deus é nossa propriedade exclusiva.

3. A justificação se opõe ao antinomismo. “Anulamos, pois, a lei pela fé? De maneira nenhuma! Antes estabelecemos a lei” (Rm 3.31). Essa é última pergunta a ser respondida por Paulo dentro dessa seção. Os judeus legalistas defendiam a observância dos preceitos da lei e acusavam Paulo de ser antinomista, isto é, ensinar que a lei não tem mais nenhum sentido. Paulo estaria ensinando que a justificação pela fé tornara a lei desprezível? A resposta de Paulo é não! O problema não era com a Lei, que tinha a função de servir de condutora até Cristo, mas com os homens que se mostraram incapazes de cumpri-la. Nem judeu nem tampouco gentio algum foi capaz de cumprir a Lei. Somente Jesus Cristo a cumpriu em nosso lugar. Qualquer tentativa de cumprir a Lei hoje é nula, além de ser uma afronta àquEle que se mostrou o único habilitado a fazê-lo — Jesus Cristo, nosso Senhor.




SÍNTESE DO TÓPICO (II)



A justificação anunciada por Paulo se opunha a ideia que os judeus tinham da salvação por méritos religiosos.



SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO



Professor, o subtópico três mostra que o antinomismo se opõe a justificação. Antes de discorrer a respeito do assunto faça a seguinte indagação: “O que é antinomismo?”. Ouça os alunos com atenção e explique que “literalmente significa contra a lei. Doutrina que assevera não haver mais necessidade de se pregar nem de se observar as leis morais do Antigo Testamento. Calibrando esta assertiva, alegam os antimonistas que, salvos pela fé em Cristo Jesus, já estamos livres da tutela de Moisés.

Ignoram porém, serem as ordenanças morais do Antigo Testamento pertencentes ao elenco do direito natural que o Criador incrustara na alma de Adão. Como podemos desprezar os Dez Mandamentos? Todo crente piedoso os observa, pois o Cristo não veio revogá-los; veio cumpri-los e sublimá-los. Além do mais, as legislações modernas estão alicerçadas justamente no Decálogo” (ANDRADE, Claudionor Corrêa de. Dicionário Teológico. 8ª Edição. RJ: CPAD, 1999, p.44).



III. A JUSTIFICAÇÃO EXEMPLIFICADA (Rm 4.1-25)



1. Abraão, circuncisão e justificação (Rm 4.1-8). Na seção de Romanos 4.1-8, o apóstolo Paulo toma o exemplo do patriarca Abraão para fazer um contraste entre a justificação pela fé e pelas obras. A antiga tradição judaica afirmava que Abraão já guardava a Torá, mesmo tendo vivido séculos antes dela. Ele a teria guardado por “antecipação”, pois segundo o judaísmo, apoiando-se em Gênesis 17.23, Abraão é circuncidado como sinal da aliança entre ele e Deus. Da mesma forma o sacrifício de Isaque confirmaria tal crença (Gn 22). Em outras palavras, as obras justificaram Abraão. Contra essa argumentação, Paulo mostra que Abraão não poderia ter sido aceito por Deus em virtude da circuncisão, pois ele creu em Deus, tendo sido isso imputado como justiça, antes dele ser circuncidado e pelo menos quatro séculos antes do advento da Lei. O que justificou Abraão não foi o que ele fez, mas o que Deus fez por ele. Esse é o princípio do Evangelho — somos aceitos não pelo que fizemos, mas pelo que Cristo fez por nós.

2. Abraão, promessa e justificação (Rm 4.9-17). Na Aliança Abraâmica, Deus prometeu fazer dos descendentes de Abraão uma grande nação. Ele também prometeu ao patriarca que lhe daria como herança a terra e faria do seu servo uma bênção para todos os povos (Gn 12.1-3). Fazendo referência a essa promessa divina, Paulo argumenta que a justificação não poderia decorrer da obediência à lei pelo fato de que quando Deus fez a promessa a Abraão, este nem mesmo era circuncidado (Rm 4.10-15). A própria crença judaica dizia que a fé obediente de Abraão nas promessas de Deus lhe foi imputada como justiça (Gn 15.5,6). Para Paulo, se as bênçãos divinas prometidas a Abraão dependessem da obediência ao código mosaico, então as promessas de Deus teriam falhado, visto que ninguém fora capaz de cumprir ou guardar a lei.

3. Abraão, ressurreição e justificação (Rm 4.18-25). Na teologia de Paulo em Romanos 4.18-25 há um paralelismo entre a fé de Abraão e a fé do cristão — ambos creram em um Deus que torna possível as coisas impossíveis. Paulo mostra que Deus tornou possível a concretização das promessas a Abraão, mesmo sendo seu corpo já “amortecido” pelo fato de sua idade avançada, e dessa forma recompensou a sua fé. A sua fé, mesmo contra as evidências externas, garantiu-lhe a concretização das promessas (Rm 4.16-22). Da mesma forma, a fé do cristão na morte e ressureição de Jesus, o Filho de Deus, é a garantia de que as promessas de Deus em sua vida também serão cumpridas (Rm 4.23,25).



SÍNTESE DO TÓPICO (III)



Paulo se utiliza do exemplo do patriarca Abraão para mostrar que a justificação é somente pela fé.



SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO



“Paulo diz que, se Abraão, o pai dos judeus segundo a carne, tivesse sido julgado por obras ou justiça própria, teria que gloriar-se diante de Deus. Porém o que aprendemos é que Abraão foi como qualquer outro homem, pecador e sem justiça nenhuma. Ele foi declarado justo por meio da fé (Rm 4.3). Os judeus vangloriavam-se em Abraão e criam que isto lhes garantiria a justificação, apenas por serem ‘filhos de Abraão segundo a carne’. Os versículos 4 e 5, apresentam dois modos de justificação: por méritos e por graça.

A justificação por méritos se baseia nas obras do homem para obter a sua salvação. A justificação por graça baseia-se sobre o princípio da fé. Deus justifica o pecador pela fé. Ele imputa justiça ao que crê, isto é pela graça de Deus” (CABRAL, Elienai.Romanos: O Evangelho da Justiça de Deus. 5ª Edição. RJ: CPAD, 2005, p.59).



CONCLUSÃO



Chegamos ao final de uma importante lição sobre a doutrina da justificação pela fé. Nesta lição aprendemos que Paulo recorreu a experiência do patriarca Abraão para argumentar contra a crença judaica que associava a aceitação das obras como garantia de justificação diante de Deus. Para Paulo isso não poderia ser verdade já que o velho patriarca não possuía mérito algum quando recebeu as promessas de Deus. As bênçãos recebidas por ele, assim como as da Nova Aliança, decorrem exclusivamente da graça de Deus em resposta a fé.


PARA REFLETIR



A respeito da Carta aos Romanos, responda:



Segundo a lição, por que os gentios estavam debaixo da ira de Deus?

Os gentios estavam debaixo da ira de Deus, porque falharam em conhecê-lo.



Na pessoa de quem Deus tornou conhecido o seu grande amor para com os pecadores?

Na pessoa de Jesus Cristo.



Existem méritos humanos quando a graça de Deus se manifesta?

A doutrina da justificação pela fé diz que não há mérito humano quando a graça de Deus se manifesta.



A justificação pela fé torna a lei desprezível?

A resposta de Paulo é não! Porém, judeu nem tampouco gentio algum foi capaz de cumprir a Lei.



Qual era a função da lei?

A Lei tinha a função de servir de condutora até Cristo.


SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO



Justificação, somente pela fé em Jesus Cristo



Para explicar a doutrina da Justificação pela Fé, o apóstolo Paulo usa dois tipos de linguagem na carta: a do judiciário e a do sistema de sacrifício levítico. Como o apóstolo pretende convencer o seu público leitor, os judeus, bem como os gentios, de que mais do que observar o sistema de Lei como requisito para a salvação, Deus havia manifestado a sua graça justificadora lá no tempo da Antiga Aliança por intermédio do pai da fé, Abraão, o apóstolo afirma com todas as letras: “Portanto, é pela fé, para que seja segundo a graça, a fim de que a promessa seja firme a toda a posteridade, não somente à que é da lei, mas também à que é da fé de Abraão, o qual é pai de todos nós. [...] Pelo que isso lhe foi também imputado como justiça” (Rm 4.16,22). Dessa forma, o apóstolo argumentava ao judeu de que, mesmo o gentio não tendo a Lei, a condição do gentio em relação a Deus em nada é inferior ao do judeu. Em Jesus, pela fé mediante a Graça de Deus, o gentio é filho de Abraão por intermédio da fé, que é pai tanto do judeu quanto do gentio achado por Deus (Rm 4.9-13).

A linguagem judiciária da Justificação

Ser justificado por Deus é ser inocentado por Ele mesmo da condição de culpado pelos atos. Ou seja, o indivíduo não tem quaisquer condições de se auto- declarar inocente ou de aliviar a sua consciência, pois sabe que nada poderá apagar a sua culpa. Por isso, Deus, em Cristo, na cruz do Calvário, nos reconciliou para sempre (2Co 5.19). De modo que o apóstolo Paulo ratifica esse milagre: “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isso não vem de vós; é dom de Deus” (Ef 2.8).

A linguagem sacrifical da Justificação

Trocar o culpado pelo inocente. O sangue de Jesus Cristo foi derramado no lugar do sangue da humanidade. Foi a substituição vicária de Cristo Jesus por nós. Éramos culpados, mas Cristo se tornou culpado por nós; éramos malditos, Cristo se tornou maldito por nós; éramos dignos de morte, Cristo morreu em nosso lugar e por nós (Rm 3.25).

A linguagem judiciária e sacrifical da justificação nos mostra um Deus amoroso e misericordioso, que não faz acepção de pessoas e que deixa clara a real condição do ser humano, seja ele judeu ou gentio: somos todos carentes da graça e da misericórdia do Pai.

Caro professor, esse trecho bíblico [3.1 — 4.25] é importante para o desenvolvimento do argumento do apóstolo em sua epístola. Estude-o com rigor.

terça-feira, 5 de abril de 2016

Lição 2: A necessidade universal da Salvação em Cristo


Aula prévia referente a Lição 2: A necessidade universal da salvação em Cristo






Aula ministrada pela Profª Peciliana para EBD da Assembléia de Deus em Londrina.











TEXTO ÁUREO



“Como está escrito: Não há um justo, nem um sequer” (Rm 3.10).


VERDADE PRÁTICA



O pecado manchou toda a raça humana e somente o sangue de Cristo é suficiente para purificá-la.




LEITURA BÍBLICA EM CLASSE



Romanos 1.18-20,25-27; 2.1,17-21.



Romanos 1

18 — Porque do céu se manifesta a ira de Deus sobre toda impiedade e injustiça dos homens que detêm a verdade em injustiça;

19 — porquanto o que de Deus se pode conhecer neles se manifesta, porque Deus lho manifestou.

20 — Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder como a sua divindade, se entendem e claramente se veem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis;

25 — pois mudaram a verdade de Deus em mentira e honraram e serviram mais a criatura do que o Criador, que é bendito eternamente. Amém!

26 — Pelo que Deus os abandonou às paixões infames. Porque até as suas mulheres mudaram o uso natural, no contrário à natureza.

27 — E, semelhantemente, também os varões, deixando o uso natural da mulher, se inflamaram em sua sensualidade uns para com os outros, varão com varão, cometendo torpeza e recebendo em si mesmos a recompensa que convinha ao seu erro.



Romanos 2

1 — Portanto, és inescusável quando julgas, ó homem, quem quer que sejas, porque te condenas a ti mesmo naquilo em que julgas a outro; pois tu, que julgas, fazes o mesmo.

17 — Eis que tu, que tens por sobrenome judeu, e repousas na lei, e te glorias em Deus;

18 — e sabes a sua vontade, e aprovas as coisas excelentes, sendo instruído por lei;

19 — e confias que és guia dos cegos, luz dos que estão em trevas,

20 — instruidor dos néscios, mestre de crianças, que tens a forma da ciência e da verdade na lei;

21 — tu, pois, que ensinas a outro, não te ensinas a ti mesmo? Tu, que pregas que não se deve furtar, furtas?



OBJETIVO GERAL



Mostrar que o pecado manchou toda a raça humana, por isso, todos necessitam de salvação.


OBJETIVOS ESPECÍFICOS




Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.



I. Apontar a necessidade de salvação dos gentios;
II. Mostrar a necessidade de salvação dos judeus;
III. Explicar a necessidade de salvação da humanidade.


INTERAGINDO COM O PROFESSOR



Adão e Eva pecaram ao desobedecer a Deus. O pecado deles afetou toda a humanidade, por isso, as Escrituras afirmam que “todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” (Rm 3.23). O castigo para o pecado é a morte, porém Deus por sua infinita graça, amor e misericórdia, enviou seu filhos Jesus Cristo ao mundo para morrer por nossos pecados. O Filho de Deus morreu pelos judeus e gentios, pois ambos necessitam de salvação. Somente Jesus Cristo pode salvar o homem libertando-o do pecado. A salvação não pode ser alcançada pelo cumprimento da Lei ou por qualquer tipo de esforço ou sacrifícios humanos. Somos libertos do poder do pecado unicamente pela graça de Jesus Cristo.


COMENTÁRIO



INTRODUÇÃO



Na lição de hoje teremos a oportunidade de compreender que o pecado, em sua universalidade, atingiu os gentios, os judeus e toda a raça humana. Todos ficaram debaixo do impiedoso jugo do pecado. A necessidade de uma salvação universal, na pessoa de nosso Senhor Jesus Cristo é um tema bastante claro na argumentação do apóstolo Paulo em Romanos 1.18 a 3.20.

Paulo nos mostra em Romanos que tanto os pagãos, que estavam nas trevas do pecado, quanto os judeus, que se orgulhavam de possuir a Lei divina entregue a Moisés no Sinai, estão sob o domínio do pecado. Veremos nesta lição que somente a revelação da justiça de Deus em Cristo Jesus é suficiente para salvar tanto os judeus quanto os gentios.






PONTO CENTRAL




O pecado afetou toda a raça humana, por isso, todos precisam de salvação.





I. A NECESSIDADE DA SALVAÇÃO DOS GENTIOS (Rm 1.18-32)



1. A rejeição. Ao dar início a sua argumentação em Romanos 1.18-32, o apóstolo tem em mente a triste situação na qual se encontra o mundo gentílico. Esse estado de insensibilidade frente à realidade das coisas espirituais foi proporcionado pela ignorância na qual eles viviam. O pecado os havia lançado para longe de Deus. Quanto mais distante do Criador, mais o pecado manifesta os seus tentáculos e ganha força. Essa atitude de rebelião contra Deus culmina na idolatria, ou seja, coloca a criatura em lugar do Criador. O homem, com suas paixões e concupiscências, e não Deus, se torna o centro da existência: “E mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, e de aves, e de quadrúpedes, e de répteis” (Rm 1.23). A ignorância espiritual conduz à idolatria religiosa.

2. A revelação. Se o mundo está em trevas, Deus não pode ser responsabilizado por isso. Esta é a argumentação de Paulo aos romanos. Deus sempre se revelou aos homens ao longo da história. Aqui fica evidente que o Senhor se deu a conhecer através das coisas criadas (Rm 1.20). Essa revelação natural, também denominada na teologia bíblica de “revelação geral”, é uma testemunha contra a falta de sensibilidade da criatura diante do seu Criador. Embora o homem não possa conhecer a Deus perfeitamente através da revelação natural ou geral, conhecimento que só se torna possível através da revelação especial de Deus, Jesus Cristo, todavia ele deveria se sentir despertado para a realidade espiritual através das coisas criadas (Rm 1.21).

3. A punição. Os versículos 22 até o 32 do capítulo primeiro de Romanos revelam as consequências do pecado na vida dos homens. Eles tiveram a oportunidade de glorificar a Deus, mas não o fizeram (Rm 1.21), e agora colhem os maus frutos dessa obstinação. A expressão “Deus os entregou” não tem o sentido de causalidade, o que demonstra que Deus não é o responsável por essa obstinação humana. Ele apenas permitiu que os homens, como consequência de suas próprias ações e escolhas, andem nos seus próprios caminhos. Todavia, precisam saber que serão responsabilizados por isso. E de fato o foram. Paulo destaca que essa atitude reprovada cegou os homens, lançando-os na insensatez da idolatria, pois trocaram o Criador pela criatura (Rm 1.23). Depois os levou ao desvio da sexualidade (Rm 1.26,27) e, por último, fez com que eles adotassem uma diversidade de vícios morais e sociais (Rm 1.28-32).





SÍNTESE DO TÓPICO (I)



Os gentios necessitam de salvação, pois também foram afetados pela Queda.




SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO



“Paulo retratou claramente a inevitável decadência em direção ao pecado. Primeiro, as pessoas rejeitaram a Deus; em seguida, elaboraram seu conceito de como Ele deveria ser; depois cedem a toda espécie de iniquidades: ganância, ódio, inveja, crimes, lutas, engano, malícia; finalmente, chegam a odiar a Deus e a encorajar os outros a fazerem o mesmo. Mas Ele não é o agente dessa progressão em direção ao mal. Quando as pessoas o rejeitam, Deus permite que elas vivam como desejam. Permite que experimentem as consequências naturais dos pecados que praticam. Uma vez preso nesse movimento descendente rumo ao pecado, ninguém poderá libertar-se por suas próprias forças. Os pecadores devem confiar somente em Cristo para libertá-los da destruição” (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. RJ: CPAD, p.1553).








II. A NECESSIDADE DE SALVAÇÃO DOS JUDEUS (Rm 2.1 — 3.8)



1. Os judeus em relação aos gentios. Paulo valeu-se do método de diatribe na carta aos Romanos, pois tal recurso permitia que ele dialogasse com os leitores. É de imaginar que um judeu, quando lesse o que Paulo dissera anteriormente sobre o mundo gentílico, ficasse eufórico pelo tom duro adotado no discurso de Paulo. Os gentios, de fato, encontravam-se numa situação deplorável diante de Deus. Entretanto, os judeus moralistas não estavam em melhor situação (2.1-16). Eles também eram igualmente condenáveis diante de Deus (Rm 2.1-3). Eles condenavam os gentios, mas praticavam pecados semelhantes. Por isso, eram carentes da graça de Deus da mesma forma.

2. Os judeus em relação à Lei. Outro aspecto da argumentação do apóstolo em relação aos judeus encontra-se nos versículos 17-29 do capítulo 2 de Romanos. Paulo sabia que todo judeu se orgulhava da Lei que lhes fora outorgada no Sinai (Rm 2.17,18). Ao contrário dos gentios que possuíam apenas a revelação natural, a eles fora dado também a Lei. Contudo, havia uma incongruência entre o conhecer a Lei e o praticá-la. Apenas o conhecimento da letra da Lei, sem a devida interiorização das suas normas e preceitos, conduziu o judaísmo a um moralismo estéril e farisaico. Nesse aspecto, de nada adiantava conhecer a Lei e não vivê-la (Rm 2.28,29). O judeu se tornara tão culpável quanto o gentio. Infelizmente, é ainda exatamente assim que muitos cristãos agem.

3. Os judeus em relação à aliança. A pergunta que todo judeu faria Paulo fez para logo depois dar a resposta: “Qual é, logo, a vantagem do judeu? Ou qual a utilidade da circuncisão? Muita, em toda a maneira, porque, primeiramente, as palavras de Deus lhe foram confiadas” (Rm 3.1,2). Mesmo tendo afirmado anteriormente que o que vale mesmo é a circuncisão do coração, o apóstolo não nega os privilégios de pertencer ao povo de Deus (Israel). Isso é mostrado no privilégio que eles tiveram de serem os despenseiros dos mistérios de Deus. A palavra grega logion, traduzida aqui como “palavras de Deus”, significa oráculo. A expressão refere-se é a revelação da Lei que Deus deu a Israel no Sinai. Era uma alta honra ter sido escolhido dentre todas as nações para ser despenseiro dos mistérios de Deus. Todavia, como bem observou F. F. Bruce, essa alta honra levava consigo uma grande responsabilidade. Se se mostrassem infiéis à confiança depositada neles, seu caso seria pior do que o das nações as quais Deus não se tinha revelado.





SÍNTESE DO TÓPICO (II)



Os judeus, embora fosse o povo escolhido de Deus, também necessitam de salvação.




SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO



“‘Bem sabemos que o juízo de Deus é segundo a verdade’ (Rm 2.2). Que podemos entender nessa declaração? O julgamento de Deus é instituído aqui em razão dos pecados do paganismo e do falho moralismo dos judeus em condenar os gentios. A questão da condenação do pecado é uma só para todos. Uma vez que tenha pecado, qualquer um incorre na condenação de Deus. Paulo declara que os gentios pecaram (1.18-32) e os judeus também pecaram (2.17 — 3.8). Portanto, uma vez que, tanto judeus como gentios pecaram, todos carecem da justiça de Deus (3.9-20).

O judeu cria que possuía privilégio especial, e por isso poderia escapar do juízo já conhecido para os gentios, mas a realidade era que o juízo seria ‘segundo a verdade’. Esta expressão ‘segundo a verdade’ significa que o julgamento divino seria conforme a culpa de cada um, baseada nos pecados cometidos por cada um. O judeu interpretava erradamente a misericórdia, pois imaginava como um ato de tolerância divina com o pecado.

[...] Deus demonstrou aos judeus sua ‘bondade, tolerância e longanimidade’, a fim de que eles deixassem o pecado e se arrependessem. Mas não fizeram caso dessa ‘riqueza’ (2.4) e, por isso, por sua ‘dureza e impenitência’ (falta de arrependimento), e por julgarem negativamente o propósito divino, entesouraram para si ‘ira para o dia da ira’ (2.5). Qual é o dia da ira? É o dia do ajuste de contas. É o dia quando a balança julgadora de Deus vai pesar nossos atos e, mediante seu peso, serão julgados. É o dia da retribuição ao pecado e da sua inevitável punição” (CABRAL, Elienai. Romanos: O Evangelho da Justiça de Deus. 5ª Edição.ed. RJ: CPAD, 2005, pp.39-40).





III. A NECESSIDADE DA SALVAÇÃO DA HUMANIDADE (Rm 3.9-20)



1. A universalidade e o jugo do pecado. A argumentação de Paulo em Romanos 3.9-20 é que tanto os gentios como os judeus sem Cristo estão debaixo da condenação do pecado (Rm 3.9). A raça humana sem Cristo está sob o domínio do pecado. A expressão grega hüpo hamartían, traduzida como “debaixo do pecado”, tem o seguinte sentido: no poder de, debaixo da autoridade de. Essa mesma construção gramatical ocorre em Mateus 8.9. Nessa passagem encontramos o centurião dizendo: tenho soldados hüpo emautón (por debaixo de mim), que em português tem o sentido de às minhas ordens. A ideia de Paulo é mostrar que a humanidade em seu estado natural, separada de Cristo, portanto, sob o domínio do pecado, é incapaz de libertar-se por si mesma.

2. Valores e comportamentos. Outras duas verdades que podemos perceber na argumentação de Paulo em Romanos 3.10 a 18, estão relacionadas com o caráter e a conduta. O pecado distorceu valores e comportamentos na sociedade. Valores invertidos são marcas de uma humanidade caída. Somente em Cristo eles podem ser reorientados.





SÍNTESE DO TÓPICO (III)



Todos, judeus e gentios, pecaram e necessitam da salvação que só pode ser encontrada em Jesus Cristo.




SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO



“Não há um justo, nem um sequer (3.9-18). Paulo havia argumentado que tanto os judeus quanto os gentios haviam pecado, e não alcançaram a glória de Deus. Agora ele prova essa observação citando vários Salmos. Seus leitores judeus poderiam rejeitar seu argumento, mas dificilmente rejeitariam o veredicto das palavras que eles sabem que são palavras de Deus.

‘Tudo o que a lei diz aos que estão debaixo da lei o diz, para que toda boca esteja fechada e todo o mundo seja condenável diante de Deus’ (3.19,20). A palavra bupodikos foi usada no sentido legal de ‘passível de punição’. A lei moral, na qual esperam o judeu e o gentio de boa moral, provou não ser uma fonte de esperança, e sim o padrão pelo qual foi estabelecido o insucesso deles. Assim, a lei não é marco de estrada nos direcionando à recompensa divina, mas espelho que, quando usado corretamente, nos revela nossos pecados” (RICHARDS, Lawrence. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 7ª Edição. RJ: CPAD, 2012, p.292).





CONCLUSÃO



A universalidade do pecado, isto é, que todos os homens estão debaixo da condenação eterna, é uma doutrina claramente demonstrada na Epístola aos Romanos. Por outro lado, o universalismo, doutrina herética que afirma que todos os homens, independentemente se acreditam em Cristo ou não, no fim de tudo, serão salvos, é claramente rejeitada nessa mesma carta.

Cabe a nós, portanto, conhecedores desses fatos, viver essa bendita salvação e compartilhá-la com quem ainda não a possui.


PARA REFLETIR



A respeito da Carta aos Romanos, responda:



Segundo a lição em que culmina a atitude de rebelião contra Deus?

Essa atitude de rebelião contra Deus culmina com a adoração idólatra que põe a criatura em lugar do Criador.



A ignorância espiritual conduz a quê?

A ignorância espiritual conduz à idolatria religiosa.



Os judeus moralistas estavam em melhor situação espiritual que os gentios?

Não. A argumentação de Paulo é que tanto os gentios como os judeus sem Cristo estão debaixo da condenação do pecado (Rm 3.9).



O que produziu o conhecimento da Lei, sem a devida interiorização das normas e preceitos?

Apenas o conhecimento da letra da Lei, sem a devida interiorização das suas normas e preceitos, conduziu o judaísmo a um moralismo estéril e farisaico.



Segundo Paulo, qual a vantagem de ser judeu?

“Muita, em toda a maneira, porque, primeiramente, as palavras de Deus lhe foram confiadas” (Rm 3.1,2).


SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO



A necessidade universal da Salvação em Cristo



Caro professor, abordaremos a seção da Epístola aos Romanos que se inicia em Romanos 1.18 e se encerra em 3.9. Observando a estrutura da lição ora estudada: I. A necessidade da salvação dos gentios; II. A necessidade da salvação dos judeus; III. A necessidade da salvação da humanidade percebemos que o comentário segue a estrutura que o apóstolo Paulo estabeleceu nesta seção de Romanos, 1.18-3.9. E fundamental que a organização da estrutura da epístola esteja bem clara em sua mente.

Sobre os gentios

Na seção de Romanos 1.18-32, é demonstrada com muita clareza a situação dos gentios diante de Deus. Eles não reconheceram a Deus, que se manifestou por intermédio da criação, fazendo que o Pai Celestial os entregasse “aos desejos dos seus corações, à impureza”. Esta expressão é uma das mais importantes no desenvolvimento da explicação de Paulo em relação à situação dos gentios. Os principais estudiosos dessa epístola concordam que a expressão “Deus os entregou” não tem o sentido de uma condição “decretada” por Deus para que os gentios jamais se arrependessem, mas, pelo contrário, seria uma deliberação divina permitindo que o gentio seguisse o seu próprio caminho de futilidade de vida, aprofundando mais no pecado e na imundícia, pois na verdade esta seria uma consequência natural de escravidão do pecado. Como frisa C. E. B Cranfield, esta condição não seria um “privilégio” só dos gentios, mas de toda a humanidade, mostrando assim que a sessão 1.18-32 também engloba a realidade dos judeus, que, de maneira oculta, repetia o caminho dos gentios (2.1). Ou seja, ainda assim Deus não perderia de vista a possibilidade do mais vil pecador se arrepender, pois Ele quer que todos os homens sejam salvos (1Tm 2.4).

Sobre os judeus

Ora, a eleição dos judeus como povo de Deus deveria lhes trazer humildade, gratidão e quebrantamento. Mas aconteceu o contrário. A soberba, a ingratidão e a dura cerviz fizeram com que esse povo vivesse de maneira hipócrita perante Deus. Enquanto criticava os gentios, ele ocultamente vivia os caminhos do ser humano escravo do pecado. Por isso, o homem judeu não tinha a desculpa de ser filho de Abraão, pois na prática era filho do pecado: “Tu, que te glorias na lei, desonras a Deus pela transgressão da lei? Porque, como está escrito, o nome de Deus é blasfemado entre os gentios por causa de vós” (Rm 2.23,24 cf. vv.17-22).

segunda-feira, 21 de março de 2016

Lição 13: O destino final dos mortos

Vídeo-aula sobre a lição 13: O Destino Final dos Mortos, apresentada pelo Pr. Adaylton Almeida.





Vídeo-aula sobre a lição 13: O Destino Final dos Mortos, ministrada pelo Pr. Eliziel Pacheco para EBD da Assembléia de Deus em Londrina/PR.







Slides da Lição 13  




TEXTO ÁUREO



“Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens” (1Co 15.19).


VERDADE PRÁTICA



Os salvos, que morrerram em Cristo, aguardam a ressurreição no céu e os ímpios a esperam no Hades, em sofrimento indizível.


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE



Lucas 16.19-26.



19 — Ora, havia um homem rico, e vestia-se de púrpura e de linho finíssimo, e vivia todos os dias regalada e esplendidamente.

20 — Havia também um certo mendigo, chamado Lázaro, que jazia cheio de chagas à porta daquele.

21 — E desejava alimentar-se com as migalhas que caíam da mesa do rico; e os próprios cães vinham lamber-lhe as chagas.

22 — E aconteceu que o mendigo morreu e foi levado pelos anjos para o seio de Abraão; e morreu também o rico e foi sepultado.

23 — E, no Hades, ergueu os olhos, estando em tormentos, e viu ao longe Abraão e Lázaro, no seu seio.

24 — E, clamando, disse: Abraão, meu pai, tem misericórdia de mim e manda a Lázaro que molhe na água a ponta do seu dedo e me refresque a língua, porque estou atormentado nesta chama.

25 — Disse, porém, Abraão: Filho, lembra-te de que recebeste os teus bens em tua vida, e Lázaro, somente males; e, agora, este é consolado, e tu, atormentado.

26 — E, além disso, está posto um grande abismo entre nós e vós, de sorte que os que quisessem passar daqui para vós não poderiam, nem tampouco os de lá, passar para cá.


OBJETIVO GERAL



Mostrar que os salvos vão aguardar a ressurreição no Paraíso de Deus e os ímpios a esperam no Hades.


OBJETIVOS ESPECÍFICOS



Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.



I. Explicar o estado intermediário dos mortos;
II. Saber a real situação espiritual dos mortos;
III. Mostrar o destino final dos mortos.


INTERAGINDO COM O PROFESSOR



Com a graça de Deus, chegamos ao final de mais um trimestre. Esperamos que as lições tenham implantado nos corações de seus alunos a esperança de que Jesus voltará a qualquer momento. Essa é a nossa real espera. Na lição de hoje, estudaremos a respeito do destino final dos crentes e dos ímpios que já morreram. A Palavra de Deus nos assegura que os mortos em Cristo ressuscitarão para a vida eterna ao lado do Salvador. Esse é o destino final dos crentes. Porém, os ímpios, vão ressuscitar para o desprezo eterno. Seu destino final é o inferno, onde haverá dor, vergonha e tristeza. Que possamos anunciar o Evangelho, ganhando pessoas para Cristo e livrando-as da condenação eterna.


COMENTÁRIO



INTRODUÇÃO



Na lição de hoje estudaremos o destino final dos ímpios e dos salvos em Jesus Cristo.

A Palavra de Deus nos garante que não será em vão a nossa esperança em Jesus Cristo, pois pela fé já temos assegurado um futuro glorioso ao seu lado. Para os ímpios, que não se arrependeram, é reservado o sofrimento e a condenação eterna, pois suas escolhas enganosas os levaram a desprezar a salvação de Deus.






PONTO CENTRAL




Os crentes que dormem no Senhor vão ressuscitar para a vida eterna e os ímpios para o castigo eterno.





I. O ESTADO INTERMEDIÁRIO



1. O que é? É o estado entre a morte física e a ressurreição, tanto dos salvos, como dos ímpios. Os salvos terão um destino diferente dos ímpios: “Não vos maravilheis disso, porque vem a hora em que todos os que estão nos sepulcros ouvirão a sua voz. E os que fizeram o bem sairão para a ressurreição da vida; e os que fizeram o mal, para a ressurreição da condenação” (Jo 5.28,29). A Palavra de Deus afirma que não existe purgatório e que também não há o “sono da alma”, nem tampouco a reencarnação, como creem alguns. Depois da morte segue-se o juízo divino.

2. O Sheol e o Paraíso. Sheol é um termo hebraico que pode significar sepultura ou “lugar ou estado dos mortos”. Em o Novo Testamento, Sheol é traduzido por Hades. Normalmente o Hades é visto como um lugar destinado aos ímpios. Deus livra o justo do Sheol ou da sepultura (Sl 49.15). O Sheol (inferno) é lugar de punição para os ímpios que não se arrependeram dos seus pecados e não entregaram suas vidas a Jesus Cristo (cf. Sl 9.17).

O vocábulo “paraíso” é de origem persa e significa um parque ou jardim de paz e harmonia. Foi usado pelos tradutores da Septuaginta para significar o Jardim do Éden (Gn 2.8). Aparece apenas três vezes no Novo Testamento (Lc 23.43; 2Co 12.4; Ap 2.7).

3. O lugar dos mortos. Os Teólogos entendem que “o lugar dos mortos”, o Hades, estava dividido em duas partes. Estes tomam como base o texto de Lucas 16.19-31, no texto que se refere a Lázaro e ao rico. O primeiro, fiel a Deus, foi levado para o “Seio de Abraão”, ou ao Paraíso, estando em repouso e felicidade. O rico, orgulhoso e incrédulo foi para o Hades, onde experimenta angústia e sofrimento atroz. Myer Pearlman diz que Cristo desceu ao Sheol (Sl 16.10; 49.15), “ao mundo inferior dos espíritos” (Mt 12.40; Lc 23.42,43), e libertou os santos do Antigo Testamento levando-os consigo para o paraíso celestial (Ef 4.8-10). O lugar ocupado pelos justos que aguardam a ressurreição foi trasladado para as regiões celestiais (Ef 4.8; 2Co 12.2). Desde então, os espíritos dos justos sobem para o céu e os espíritos dos ímpios descem para a condenação (Ap 20.13,14). Segundo os textos bíblicos, o Paraíso estaria em cima (Pv 15.24a) e o Hades embaixo (Pv 15.24b).



SÍNTESE DO TÓPICO (I)



Os salvos em Jesus Cristo e os ímpios terão um destino final diferente.


SUBSÍDIO ESCATOLÓGICO



“Seol

O Antigo Testamento usa a palavra hebraica Seol 65 vezes para descrever a residência dos mortos. A Septuaginta traduz esta palavra em grego como ‘hades’, e o Novo Testamento refere-se a isto diversas vezes (Lc 16.23). Nas traduções do Antigo Testamento para o inglês, a palavra aparece variadamente como ‘inferno’, ‘cova’ e ‘sepultura’. Seol pode ter diferentes significados, em diferentes contextos, trazendo alguma confusão e diferentes interpretações a respeito da natureza exata do seu significado. Seja a sepultura ou o mundo dos mortos, Seol fala das mais das profundezas, a antítese dos mais altos céus (Jó 11.8; cf. Pv 9.18). Seol também se refere a um lugar de punição do qual somente Deus tem o poder de libertar” (LAHAYE, Tim.Enciclopédia Popular de Profecia Bíblica. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2008, p.417).






II. A SITUAÇÃO DOS MORTOS



Qual é a real situação daqueles que já morreram? O texto de Lucas 16 nos mostra a diferença entre o estado dos ímpios e dos justos após a morte. Vejamos:

1. O estado intermediário dos salvos. Na história do rico e Lázaro (Lc 16), vemos o estado intermediário dos salvos. O justo ao morrer é conduzido pelos anjos até o Paraíso (v.22). Que privilégio, que honra têm os salvos ao morrer, e serem recepcionados pelos anjos. Ao ladrão da cruz Jesus disse: “Hoje estarás comigo no Paraíso” (Lc 23.42,43). O espírito e a alma deixam o corpo e permanecem no lugar de espera (Paraíso), aguardando a ressurreição na Vinda de Jesus.

2. Os justos são recebidos pelo Senhor. É o próprio Senhor Jesus quem recebe o espírito dos justos após a morte. Tomemos como exemplo o caso de Estevão que está narrado em Atos 7.59. Para espanto dos ímpios, eles verão Jesus recepcionar gloriosamente os que o aceitaram como Salvador.

Os que morreram em Cristo, bem como os ímpios, vão manter sua identidade pessoal, sua personalidade e consciência depois da morte. Moisés, tendo sido sepultado por Deus, aparece, falando com Jesus no Monte da Transfiguração (Mt 17.3; Lc 9.30-32), ao lado de Elias, que foi arrebatado. Note-se que são os mesmos nomes, Moisés e Elias.

A despeito de tudo o que foi dito, devemos lembrar que, para o salvo, a morte é um ganho: “Porque para mim o viver é Cristo, e o morrer é ganho”. Paulo tinha o “desejo de partir e estar com Cristo, porque isto é ainda muito melhor” (Fp 1.21,23).

3. O estado intermediário dos ímpios. Eles vão para o Sheol ou Hades, ou seja, o inferno, que é o seu destino final (Sl 9.17). Nesse “estado intermediário”, aguardam seu julgamento final.

O Hades é um lugar “embaixo”, ou seja, oposto ao céu (“seio de Abraão”). O rico “ergueu os olhos”, vendo “ao longe Abraão e Lázaro, no seu seio” (v.23): “Para o sábio, o caminho da vida é para cima, para que ele se desvie do inferno que está embaixo” (Pv 15.24).

Fato é que os ímpios sofrerão e estarão conscientes. O rico ímpio estava em “tormentos” (v.23) e clamava pedindo misericórdia (v.24). Os ímpios que morreram sem Cristo estão “em prisão” (1Pe 3.19) e ali eles vão se lembrar dos que ficaram na Terra (v.28). As Escrituras Sagradas afirmam que estes não podem ser consolados por ninguém: “E, além disso, está posto um grande abismo entre nós e vós, de sorte que os que quisessem passar daqui para vós não poderiam, nem tampouco os de lá, passar para cá” (v.26).

Fica, pois, evidente que aqueles que descem ao Hades não podem se comunicar com os vivos. Eles são lembrados de que em vida tiveram oportunidade de ouvir as Escrituras, mas desprezaram as suas advertências (vv.27-31).





SÍNTESE DO TÓPICO (II)



O salvo em Jesus Cristo ao morrer é conduzido ao céu e os ímpios, ao inferno.




SUBSÍDIO ESCATOLÓGICO



“O Estado Final dos Ímpios

A Bíblia descreve o destino final dos ímpios como algo terrível e que vai além de toda a imaginação. São as ‘trevas exteriores’, onde haverá choro e ranger de dentes por causa da frustração e do remorso ocasionados pela ira de Deus (Mt 22.13; 25.30). É uma ‘fornalha de fogo’ (Mt 13.42,50), onde o fogo pela sua natureza é inextinguível. Causa perda eterna, ou destruição perpétua (2Tm 1.9), e ‘a fumaça do seu tormento sobe para todo o sempre’ (Ap 14.11; cf. 20.10). Jesus usou a palavra Gehenna como termo aplicável a isso.

Depois do juízo final, a morte e o Hades serão lançados no lago de fogo (Ap 20.14), pois este, que fica fora dos novos céus e da nova terra (cf. Ap 22.15), será o único lugar onde a morte existirá. É então que a vitória de Cristo sobre a morte, como o salário do pecado, será final e plenamente consumada (1Co 15.26). Mas nos novos céus e terra não haverá mais morte (Ap 21.4)” (HORTON, Stanley. Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. 1ª Edição. RJ: CPAD, 1996, pp.642,43).



III. O DESTINO FINAL DOS MORTOS



Após passarem pelo “estado intermediário”, os mortos ressuscitarão. Os salvos irão para a “vida eterna” e os ímpios, “para desprezo eterno” (Jo 5.28,29).

1. O estado final dos salvos. Após a primeira ressurreição (Rm 8.11), os salvos vão para as Bodas do Cordeiro, passarão pelo Tribunal de Cristo, e viverão com Deus por toda a eternidade. Esse é o destino final dos salvos. Seus corpos ressuscitarão e se tornarão incorruptíveis (cf. 1Co 15.42-44). O mesmo corpo que morreu será transformado por Deus e ressuscitará “em glória”, semelhante ao corpo de Jesus ao ressuscitar (Fp 3.21).

2. O estado final dos ímpios. Os ímpios ressuscitarão para “vergonha e desprezo eterno” (Dn 12.2). Seu destino final é o lago de fogo (Ap 20.15), onde “haverá pranto e ranger de dentes” (Mt 22.13). Ali os ímpios desfrutarão da companhia do Diabo, do Anticristo e do Falso Profeta (Ap 20.10; 21.8). Atualmente, muitos ímpios ficam impunes, mas no inferno estes receberão o castigo eterno por tudo o que fizeram de mal (2Ts 1.9).



SÍNTESE DO TÓPICO (III)



O salvo em Jesus Cristo ao morrer é conduzido ao céu e os ímpios, ao inferno.


SUBSÍDIO ESCATOLÓGICO



“O Estado Final dos Justos

A nossa salvação traz-nos a um novo relacionamento que é muito melhor do que aquele que Adão e Eva desfrutavam antes da Queda. A descrição da Nova Jerusalém demonstra que Deus tem para nós um lugar melhor do que o Jardim do Éden, com todas as bênçãos do Éden intensificadas. Deus é tão bom! Ele sempre nos restaura a algo melhor do que aquilo que perdemos. Desfrutamos da comunhão com Ele agora, mas o futuro reserva-nos a ‘comunhão intensificada com o Pai, o Filho e o Espírito Santo e com todos os santos’. A vida na Nova Jerusalém será emocionante. Nosso Deus infinito nunca ficará sem novas alegrias e bênçãos para oferecer aos redimidos. E posto que as portas da cidade sempre estarão abertas (Ap 21.25; cf. Is 60.11), quem sabe o que os novos céus e terra terão para explorarmos?” (HORTON, Stanley. Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. 1ª Edição. RJ: CPAD, 1996, p.645).



CONCLUSÃO



O estudo da Escatologia é um dos mais edificantes para a Igreja em todos os tempos, principalmente no presente século, quando muitos sinais dão a entender que a vinda de Jesus poderá acontecer a qualquer momento.

Que você possa prosseguir com o estudo da Escatologia Bíblica. Leia a Palavra de Deus, ore, jejue e esteja aguardando o maior acontecimento escatológico de todos os tempos: O arrebatamento da Igreja do Senhor Jesus Cristo.


PARA REFLETIR



A respeito da Escatologia Bíblica, responda:



O que é o estado intermediário?

É o estado entre a morte física e a ressurreição, tanto dos salvos, como dos ímpios.



O que significa Sheol?

Sheol é um termo hebraico que pode significar sepultura ou “lugar ou estado dos mortos”.



A quem é destinado o Hades?

Hades é visto como um lugar destinado aos ímpios.



Qual o significado do vocábulo “Paraíso”?

O vocábulo “paraíso” é de origem persa e significa um parque ou jardim de paz e harmonia.



Quem recebe os justos depois da morte?

É o próprio Senhor Jesus quem recebe o espírito dos justos após a morte.


SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO



O destino final dos mortos



A vida após a morte dá margem para muitas especulações. Na religião, essas especulações chegaram a graus absurdos. Para se ter ideia das especulações que proliferaram ao longo da história da humanidade, dê uma olhada na tabela abaixo, sugiro que o prezado professor a reproduza para introduzir o assunto, o Estado Intermediário, no primeiro tópico:



Após apresentar essas teorias, exponha o que a Bíblia diz sobre o estado chamado de “intermediário”, conforme está na lição: situação após a morte, que não significa um estado de purificação, ou retorno “eterno” ou de uma inconsciência sem fim. A Palavra de Deus diz que quando nos encontrarmos com o Senhor estaremos imediatamente com o Ele num estado de descanso (Ap 14.13), de serviço (Ap 7.15) e de santidade (Ap 7.14).



O Estado Eterno

As Escrituras mostram com clareza que na morte não termina a vida; se inicia outra. Há uma crise humana em lidar com a morte e a finitude da vida. Inconscientemente, o ser humano.tem a “consciência” da eternidade. Portanto, ouçamos a pergunta de Jesus, na parábola do rico insensato, e meditemos: “Mas Deus lhe disse: Louco, esta noite te pedirão a tua alma, e o que tens preparado para quem será? Assim é aquele que para si ajunta tesouros e não é rico para com Deus” (Lc 12.20,21; cf. 12.13-21).



O Destino dos ímpios

São os perversos em natureza, sem amor no coração, que vivem a vida com o objetivo de fazer o mal e a perversidade para o outro, para a tristeza eterna, ouvirão do Senhor: “Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos” (Mt 25.41; cf. 25.42-46; Dn 12.2; Ap 20.12; 21.8; 22.15).



O Destino dos Justos

Mas aqueles que pela fé foram alcançados pela graça de Deus, deram lugar a uma nova natureza, com o amor no coração, vivendo com o objetivo de fazer o bem para o outro, ouvirão do Senhor: “Vinde, benditos do meu Pai, possuí por herança o Reino que vos está preparado desde a fundação do mundo” (Mt 25.34; cf. 25.35-40; Dn 12.2; Ap 21.5-7; 22.12-14).

quinta-feira, 17 de março de 2016

Lição 12: Novos Céus e nova Terra



Vídeo Pr Agnaldo Betti AD de Campinas - SP


                                    https://www.youtube.com/watch?v=b15pQoGvUp0




             Vídeo  (Prof Caramuru, AD Belemzinho, São Paulo-SP)










Lição 12: Novos Céus e nova Terra





TEXTO ÁUREO



“Porque eis que eu crio céus novos e nova terra; e não haverá lembrança das coisas passadas, nem mais se recordarão” (Is 65.17).


VERDADE PRÁTICA



Os crentes viverão eternamente com Jesus Cristo na cidade santa, a Nova Jerusalém.


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE



Apocalipse 21.1-5,24-27.



1 — E vi um novo céu e uma nova terra. Porque já o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe.

2 — E eu, João, vi a Santa Cidade, a nova Jerusalém, que de Deus descia do céu, adereçada como uma esposa ataviada para o seu marido.

3 — E ouvi uma grande voz do céu, que dizia: Eis aqui o tabernáculo de Deus com os homens, pois com eles habitará, e eles serão o seu povo, e o mesmo Deus estará com eles e será o seu Deus.

4 — E Deus limpará de seus olhos toda lágrima, e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor, porque já as primeiras coisas são passadas.

5 — E o que estava assentado sobre o trono disse: Eis que faço novas todas as coisas. E disse-me: Escreve, porque estas palavras são verdadeiras e fiéis.

24 — E as nações andarão à sua luz, e os reis da terra trarão para ela a sua glória e honra.

25 — E as suas portas não se fecharão de dia, porque ali não haverá noite.

26 — E a ela trarão a glória e honra das nações.

27 — E não entrará nela coisa alguma que contamine e cometa abominação e mentira, mas só os que estão inscritos no livro da vida do Cordeiro.



OBJETIVO GERAL



Mostrar que os crentes viverão para sempre com Jesus Cristo na nova Jerusalém.


OBJETIVOS ESPECÍFICOS




Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.



I. Explicar que todas as coisas na terra serão renovadas;
II. Saber que haverá novos céus e nova terra;
III. Mostrar o que será a Nova Jerusalém.


INTERAGINDO COM O PROFESSOR



Deus criou os céus e a terra, mas a Queda maculou a criação divina. Os céus e a terra também serão transformados e purificados pelo Senhor. O Criador vai restaurar, mediante o seu poder, todo o universo, expurgando os efeitos do pecado. Para os crentes, Deus está preparando um lugar novo, a nova Jerusalém. A cidade santa onde vão habitar todos aqueles que foram remidos pelo Senhor. Ali não haverá mais pecado, dor ou morte. Desfrutaremos eternamente da companhia do Senhor Jesus. Nossa alegria não está neste mundo. Aqui enfrentamos tristezas e dores, mas um dia estaremos livres de todas as intempéries deste mundo. A Nova Jerusalém nos espera.


COMENTÁRIO



INTRODUÇÃO



O pecado de desobediência de Adão e Eva afetaram toda a criação, incluindo a natureza. Como consequência da Queda a terra recebeu uma sentença de juízo (Gn 3.17). A natureza aguarda a sua redenção, que será instaurada por Deus no fim dos tempos (2Pe 3.13). Paulo diz que Deus, “segundo o seu beneplácito”, tomou a decisão “de tornar a congregar em Cristo todas as coisas, na dispensação da plenitude dos tempos, tanto as que estão nos céus como as que estão na terra” (Ef 1.5,10).






PONTO CENTRAL




Todos os crentes fiéis estarão com o Senhor Jesus Cristo na Nova Jerusalém.





I. TODAS AS COISAS SERÃO RENOVADAS



1. Deus criou os céus. Quando a Bíblia fala a respeito dos “céus”, normalmente refere-se ao espaço sideral. No princípio, Ele criou “os céus”, mas o “Céu”, morada de Deus já existia. Deus habita nos “céus”, acima do espaço sideral (Sl 11.4).

2. A renovação divina dos céus. Deus irá restaurar todo o universo, expurgando os efeitos da Queda e as ações do Diabo e seus anjos. A Terra passará por um processo de transformação e estará livre dos efeitos da ação maligna e do homem (Is 34.4; Ap 21.4). Na renovação divina, toda a Terra será transformada (2Pe 3.7).




SÍNTESE DO TÓPICO (I)



Deus, o Criador vai renovar todo o universo.



SUBSÍDIO ESCATOLÓGICO



“O Novo Céu

O céu na eternidade será diferente daquele onde Deus agora habita. Na consumação de todas as coisas, Deus renovará os céus e a terra, fundindo seu céu a um novo universo e formando uma habitação perfeita que será o nosso lar eterno. Em outras palavras, o céu irá expandir-se e englobar todo o universo da criação. Tudo será transformado em um lugar perfeito e magnífico, adequado à glória do céu. O apóstolo Pedro descreveu isto como a esperança de todos os remidos (2Pe 3.13).

Naturalmente, uma reforma cósmica radical sempre esteve nos planos de Deus. Esta foi também a graciosa promessa que, por meio dos profetas do AT, Deus deu a seu povo (Is 65.17-19).

Deus declara que transformará de tal forma o céu e a terra que hoje conhecemos, que corresponderá a uma nova criação. Observe que, em um novo universo, a Nova Jerusalém será o foco de todas as coisas. O novo céu e a nova terra serão tão magníficos que tornarão os antigos insignificantes. No capítulo final da profecia de Isaías, o Senhor promete que este novo céu e esta nova terra perdurarão para sempre, juntamente com todos os santos de Deus (Is 66.22)” (LAHAYE, Tim. Enciclopédia Popular de Profecia Bíblica. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2008, pp.111,12).



II. NOVOS CÉUS E NOVA TERRA



1. Em Cristo, céus e terra serão congregados. O apóstolo Pedro afirma que aguardamos novos céus e nova Terra (2Pe 3.13). O texto da Epístola de Pedro nos mostra que o propósito divino é uma nova criação (Is 66.22). Os céus e a Terra serão purificados e restaurados pelo fogo. Os crentes esperam ansiosamente pela restauração do mundo de Deus.

2. Novos céus e nova terra. A Igreja de Jesus tem sido perseguida ao longo da História, mas está perto o tempo em que não haverá mais nenhuma ação maligna ou humana contra o povo do Senhor (Hb 11.36-39). Com a restauração de todas as coisas, nos “novos céus” e “na nova terra”, “não haverá lembrança das coisas passadas, nem mais se recordarão”.


SÍNTESE DO TÓPICO (II)



O Todo-Poderoso vai preparar novos céus e nova Terra.


SUBSÍDIO ESCATOLÓGICO



“Nos novos céu e terra nada nos trará medo e nada nos separará um dos outros. A única água descrita será ‘o rio puro da água da vida’ (Ap 22.1). Este rio claro como cristal desce pela rua principal do céu (Ap 22.2).

Apocalipse 21.3-7 traz uma descrição das características mais marcantes dos novos céus e nova terra.

As Escrituras aqui prometem que o céu será um Reino de perfeita bem-aventurança. Nos novos céus e na nova terra não haverá lugar para lágrimas, dor, tristeza e pranto. Lá o povo de Deus habitará com Ele por toda a eternidade, completamente livre de todos os efeitos do pecado e do mal. Deus é retratado secando pessoalmente as lágrimas dos remidos.

No céu, a morte estará completamente aniquilada (1Co 15.26). Ali não haverá doença, fome, problemas ou tragédias. Haverá apenas a alegria completa e bênçãos eternas” (LAHAYE, Tim. Enciclopédia Popular de Profecia Bíblica. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2008, p.112).


III. NOVA JERUSALÉM



1. Foi preparada no céu. Será um lugar santo de comunhão e relacionamento com Deus (Ap 21.3). Ali encontraremos uma linda praça, no meio da qual atravessa o “rio da vida”, com a “árvore da vida” em suas margens (Ap 22.2; 21.6). Só os que têm o nome escrito no Livro da Vida entrarão nessa linda cidade. Neste mundo tenebroso, enfrentamos lutas e sofremos com a degradação do meio ambiente, as enchentes, secas e variações climáticas, mas haveremos de desfrutar de um novo lugar que está preparado para aqueles que creem e o aguardam.

2. Os muro e as doze portas. “E tinha um grande e alto muro com doze portas, e, nas portas, doze anjos, e nomes escritos sobre elas, que são os nomes das doze tribos de Israel” (Ap 21.12, 13). Cada porta é “uma pérola”; a praça é “de ouro puro, como vidro transparente” (Ap 21.21); o muro é de jaspe, “a cidade, de ouro puro, semelhante a vidro puro” (Ap 21.18,21). Os nomes nas portas representam a fidelidade de Deus para com Abraão, Isaque e Jacó (cf. Rm 9.27; 11.29). Nela, não haverá templo, pois o “seu templo é o Senhor, Deus Todo-Poderoso, e o Cordeiro” (Ap 21.22).

3. Os doze fundamentos da cidade. “E o muro da cidade tinha doze fundamentos e, neles, os nomes dos doze apóstolos do Cordeiro” (Ap 21.14). Os nomes dos apóstolos nos fundamentos representam a Igreja de Cristo como “coluna e firmeza da verdade” (1Tm 3.15), através da “doutrina dos apóstolos” (At 2.42), que representa a mensagem do evangelho de Cristo. Seus fundamentos são gloriosos (Ap 21.19,20). Só chegando lá poderemos ver o cuidado do Senhor em projetar tanto brilho e fulgor da cidade divina. A cidade tem formato cúbico (Ap 21.16,17).

4. Ali não haverá mais tristeza. “E Deus limpará de seus olhos toda lágrima, e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor, porque já as primeiras coisas são passadas” (Ap 21.4; 1Co 15.26). Um dos principais motivos para a tristeza é a morte. Nas grandes cidades ou nos pequenos lugarejos, sempre existe um cemitério, onde entes queridos são enterrados. Ninguém pode escapar da morte. Mas, na Nova Jerusalém, a morte não mais existirá (Ap 20.14; 1Co 15.26). Não haverá luto nem lágrimas.

Ela descerá do céu (Ap 21.2) e servirá de fonte permanente de luz para as nações (Ap 21,24,26). A Cidade Santa iluminará as nações, mas nela não haverá “nem sol, nem lua”, pois “a cidade não necessita de sol nem de lua, para que nela resplandeçam, porque a glória de Deus a tem alumiado, e o Cordeiro é a sua lâmpada” (Ap 21.23).

5. Não haverá pecado nem pecadores. “E não entrará nela coisa alguma que contamine e cometa abominação e mentira, mas só os que estão inscritos no livro da vida do Cordeiro” (Ap 21.27). Ali não haverá maldição contra ninguém (Ap 22.3), pois os corruptos já estarão no lago de fogo e só os salvos viverão na Santa Cidade. Todos os ímpios que não se arrependerem ficarão de fora (Ap 22.15; 1Co 6.10) e todos os que praticam atos indignos aos olhos de Deus não terão acesso à Nova Jerusalém, pois seu lugar e destino é o inferno (Sl 9.17).


SÍNTESE DO TÓPICO (III)



Todos os crentes vão habitar com Jesus Cristo na Nova Jerusalém.


SUBSÍDIO ESCATOLÓGICO



“Nova Jerusalém

As Escrituras descrevem a Nova Jerusalém como a ‘Jerusalém que é de cima’ (Gl 4.26), ‘a cidade do Deus vivo, a Jerusalém celestial’ (Hb 12.22), e ‘a Santa Cidade’ que ‘de Deus descia do céu’ (Ap 21.2,10). O AT refere-se a ela como a habitação de Deus. No NT, é também a morada celestial dos santos. As sagradas estruturas da cidade celestial contribuíram para o projeto do Tabernáculo e do Templo na terra. Quando descer como o ‘tabernáculo de Deus com os homens’ (Ap 21.3), será um Templo tanto físico (Ap 21.12-21) como espiritual (Ap 21.22).

O AT representa a Jerusalém celestial como o ‘monte’ e o ‘santuário’ celestial. Ezequiel refere-se ao ‘monte santo de Deus’ e a ‘santuários’ no céu (Ez 28.14,16). Salmos 2 menciona ‘Aquele que habita nos céus’ e ‘o nome santo monte Sião’ (vv.4,5). A primeira expressão diz respeito ao lugar no céu onde Deus está entronizado. A segunda refere-se à Jerusalém terrestre, onde Deus dará o trono a seu Rei, após derrotar as nações na batalha do Armagedom. Os salmos davídicos também aludem a Deus em sua ‘casa’ ou ‘templo’ (Sl 11.4), apesar de o Templo ter sido erguido somente após a morte de Davi. Tais referências são, portanto, relativamente ao Templo celestial, como vemos em um dos salmos de forma explícita: ‘O Senhor está no seu santo templo; o trono do Senhor está nos céus’ (Sl 11.4)” (LAHAYE, Tim. Enciclopédia Popular de Profecia Bíblica. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2008, p.328).






CONCLUSÃO



Um dos hinos da Harpa Cristã declara: “Metade da glória celeste jamais se contou ao mortal”. O que a Bíblia revela, afastando um pouco o véu da eternidade, não é a expressão plena da realidade que se descortinará aos olhos dos salvos em Cristo Jesus, que com Ele reinarão, na Nova Jerusalém. Por isso, vale a pena ser crente fiel, santo e dedicado a fazer a vontade de Deus.


PARA REFLETIR



A respeito da Escatologia Bíblica, responda:



Por que a terra será renovada?

Para que ela seja purificada dos efeitos da Queda.

                             

O que vai purificar os céus e a Terra?

O fogo.



O que será a Nova Jerusalém?

Será um lugar santo de comunhão e relacionamento com Deus (Ap 21.3).



Quem entrará na Nova Jerusalém?

Só os que têm o nome escrito no Livro da Vida entrarão nessa linda cidade.



O que representam os nomes nas portas da Nova Jerusalém?

Os nomes dos apóstolos nos fundamentos representam a Igreja de Cristo como “coluna e firmeza da verdade” (1Tm 3.15), através da “doutrina dos apóstolos” (At 2.42), que representa a mensagem do evangelho de Cristo.


SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO



Novos Céus e nova Terra



Tudo novo! A Criação e o Ser Humano que precisam ser restaurados por Deus, aguardam ansiosamente a renovação de todas as coisas. Muitos não acreditam ser possível, um dia, o ser humano achar o verdadeiro significado da vida. Quando ele vir o seu Senhor chegando, em Glória, seja para ser justificado ou condenado, o homem saberá que um novo tempo se instalará na humanidade. E o estado de graça, de amor, de justiça e de verdade será instaurado para todo sempre, de eternidade em eternidade.

A cada ano que passa, o meio ambiente é atingindo pela poluição da sociedade. As florestas são devastadas, o ar que respiramos ainda mais poluído. A violência cresce nas cidades. Na região geográfica onde você mora pelo menos alguém que você conheça já foi assaltado ou agredido ou até mesmo assassinado. O mundo em que vivemos não é seguro. Corremos riscos se andarmos sozinhos em lugares desertos.

O advento do Pecado fez a Terra ficar doente e devastada pela ambição humana. Um descontrole total do clima, das cidades, da vida social das pessoas. Angústias, solidão, medo, ansiedade e tristeza são companheiras inseparáveis dos seres humanos. Além de lutar para sobreviver diariamente, as pessoas têm de enfrentar a própria natureza dilacerada pelas muitas decepções. O ser humano e o meio ambiente estão em crises.

O texto bíblico de Romanos 8.19-23 afirma que a Criação sofre e está gemendo como quem tem dores de parto, debaixo de uma ganância insana do ser humano: “Porque sabemos que toda a criação geme e está juntamente com dores de parto até agora” (v.22). Mas não só o meio ambiente; nós também sofremos a todo o momento o resultado das nossas escolhas equivocadas: “mas nós mesmos, que temos as primícias do Espírito, também gememos em nós mesmos, esperando a adoção, a saber, a redenção do nosso corpo” (v.23). Em meio a este sofrimento, descontrole e escravidão do pecado, a Bíblia faz brotar uma promessa de Novo Céus e Nova Terra.

A Sagrada Escritura diz que somos peregrinos neste mundo, pois a nossa casa é celestial. Mas um dia o que é celestial tornará uma realidade aqui na Terra. Novos Céus e nova Terra aparecerão. No dia em que os filhos de Deus se manifestarem com Cristo, a Terra será sarada, o ser humano, plenamente regenerado. Então, viveremos para sempre, de eternidade em eternidade, com o Senhor Criador dos Céus e da Terra.